Desde a publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin, a evolução é vista como um processo contínuo de adaptação das espécies às condições do ambiente. Assim como as espécies evoluem para sobreviver, a sociedade e seus sistemas econômicos também precisam se reinventar para prosperar. A história nos mostra que cada avanço, do domínio do fogo à revolução industrial, foi impulsionado por uma necessidade de superação e inovação.
Hoje, estamos em meio a uma nova e crítica transição: substituir fontes de energia fósseis – grandes responsáveis pelas emissões de carbono e pelo aquecimento global – por fontes renováveis e sustentáveis. Em outras épocas, novas fontes energéticas foram incorporadas sem eliminar completamente as anteriores. Exemplo disso é o carvão, que, mesmo após o petróleo assumir a liderança nos anos 1960, ainda registrou um consumo recorde de 8,53 bilhões de toneladas em 2023, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
Contudo, o cenário atual é mais complexo. A dependência excessiva dos recursos naturais, tratados como se fossem inesgotáveis, agrava desigualdades e pressiona ainda mais o meio ambiente. Eventos climáticos extremos – como as enchentes no Rio Grande do Sul, tempestades devastadoras na Europa e ondas de calor na Índia – destacam a necessidade urgente de reformular infraestruturas e aumentar investimentos em soluções resilientes.
A Economia, a Natureza e os Riscos Sistêmicos
A estabilidade econômica global está diretamente conectada ao equilíbrio dos ecossistemas naturais. Mais de 50% do PIB mundial depende de serviços ecossistêmicos, e a degradação ambiental afeta não apenas empresas e cadeias produtivas, mas também comunidades que dependem de recursos vulneráveis. Em 2022, as perdas econômicas globais causadas por desastres naturais somaram US$ 275 bilhões, de acordo com o relatório da Swiss Re.
No Brasil, os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais evidentes. A estiagem e o calor intenso prejudicaram a produção de sementes de soja para a safra 2024/2025, especialmente nos estados de Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Variedades precoces sofreram quebras de 30% no Centro-Norte do país, enquanto chuvas fora de época em abril de 2024 afetaram as sementes de ciclo médio. A produção de café, outro setor crucial, também está sob ameaça. Estudo da Unesp projeta que as áreas aptas para cultivo de café arábica podem cair de 8,7% para 5,4% até 2080, e, no pior cenário, esse número pode chegar a apenas 2,2%.
A Urgência da Adaptação Financeira e Regulatória
A mudança climática não é apenas uma questão ambiental – é um risco sistêmico com potencial para desestabilizar mercados financeiros. Bancos centrais ao redor do mundo já começaram a incorporar critérios ambientais em suas políticas para mitigar esses riscos. Mark Carney, ex-governador do Banco da Inglaterra, cunhou o termo “Tragédia dos Horizontes” para descrever como as instituições financeiras falham em considerar riscos de longo prazo, como os relacionados ao clima, em suas decisões atuais. Essa visão ressalta a necessidade de integrar considerações climáticas na supervisão prudencial e nas estratégias de negócio.
O Caminho para a Sustentabilidade
A adaptação às mudanças climáticas exige um esforço coordenado entre governos, empresas e indivíduos. É fundamental criar incentivos econômicos que facilitem a transição para práticas mais sustentáveis. A inovação e a busca por soluções sustentáveis devem se tornar pilares da estratégia empresarial.
No cenário brasileiro, o setor de auditoria, consultoria e gestão de riscos desempenha um papel essencial ao orientar empresas na transição para práticas sustentáveis e na adaptação a um futuro mais verde. Com uma abordagem que integra sustentabilidade e governança, é possível mitigar riscos, garantir a conformidade regulatória e promover a resiliência nos negócios.
Assim como a humanidade evoluiu ao longo do tempo, hoje somos desafiados a evoluir novamente, colocando a sustentabilidade no centro de nossas decisões. A mudança é inevitável – e a forma como reagimos a ela determinará o futuro não apenas das nossas economias, mas da vida no planeta. A pergunta não é se iremos mudar, mas como e quando faremos essa transição.
Para garantir um futuro próspero, é necessário alinhar estratégias econômicas com as demandas ambientais, assegurando que as empresas e instituições estejam preparadas para prosperar em um mundo que exige cada vez mais responsabilidade e inovação.
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