Como reduzir o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) e gerar oportunidades de crescimento

Como reduzir o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) e gerar oportunidades de crescimento

Cases reais de empresas brasileiras que atuaram sobre o CCC e tiveram resultados extraordinários

 

A gestão financeira que atua sobre o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) é uma gestão que olha para o futuro e, sobretudo, entende a importância da geração de caixa como estratégia de crescimento.

Para o Professor Rodrigo Zeidan, guru em finanças e papa do conceito de CCC: “O que importa é a geração de caixa. Receita é ego. Lucro é sonho”.

Zeidan protagonizou o CFO Evolution da Moore que discutiu como a redução do CCC pode aliviar a necessidade de capital de giro e gerar oportunidades de crescimento. Do painel, participaram também, Rafael Albuquerque, diretor regional de desenvolvimento imobiliário da MRV; e Antônio Pagliari, diretor financeiro da Tramontina Belém S.A.

Rafael Albuquerque narrou como a MRV reduziu 60 dias do seu CCC, diminuindo a necessidade de capital de giro em 11 milhões de reais por dia. O trabalho exigiu benchmarking com outras companhias de capital aberto do setor, o envolvimento da área de finanças com três áreas operacionais (área de novos negócios, área de vendas e área de crédito), melhoria de processos e performance analítica e financeira por indicadores até então não utilizados pela companhia.

O resultado gerou uma redução de 30% na necessidade de capital de giro da MRV, liberando cerca de 2.5 bilhões de reais para serem aplicados na expansão dos negócios. Esse caso embasou um artigo científico publicado por Zeidan e Shapir em 2017. Escute este case na prática.

Antônio Pagliari explicou como a Tramontina Belém S.A conseguiu reduzir 100 dias de CCC de 2019 para 2020, atentando-se a oportunidades de renegociação trazidas pela pandemia e enfrentando paradigmas, como o fato de não conseguir negociar com grandes fornecedores que detêm 100% do mercado sobre determinados itens. Ponto relevante deste caso reside na avaliação do custo de capital no Brasil e no exterior, considerando a viabilidade de transações que envolveriam outras empresas do grupo Tramontina com operações em outros países.

A empresa ainda enxerga oportunidades de redução de mais 50 dias, com base no benchmarking com concorrentes. Além disso, dentro das empresas independentes que respondem pela marca Tramontina, já passa a existir uma mudança de mindset sobre capital de giro, uma conquista importante para a performance das finanças. Escute este case na prática.

 

O que esses cases nos ensinaram?

Os cases da MRV e da Tramontina explorados pelo CFO Evolution da Moore são exemplos reais de empresas que disponibilizaram centenas de milhões de reais para alívio da geração de caixa por meio do CCC, reforçando a importância do alinhamento entre finanças e operação e desmistificando a visão que as empresas brasileiras têm sobre gestão de caixa.

O CFO Evolution é uma jornada de encontros online que reúne grandes nomes do mercado para discussão de práticas de sucesso de organizações em evolução sob a ótica do CFO contemporâneo.

Essa edição dedicada ao CCC nos ajudou a entender a fundo como atuar sobre esse indicador para obter resultados extraordinários, nas vozes de quem protagonizou esses cases.

A nós, cabe selecionar para você, os 5 maiores aprendizados desse encontro que não podem ficar de fora na hora de atuar sobre o CCC – um conteúdo e tanto para você, CFO, que deseja navegar por práticas evolutivas de gestão.

 

5 aprendizados que não podem ficar de fora na hora de atuar sobre CCC

1. O que é e como aplicar o CCC

O CCC é um indicador que revela quanto tempo o dinheiro da empresa fica “imobilizado” dentro das suas atividades-fim, tomando por base o Prazo Médio de Estocagem (PME); o Prazo Médio de Recebimento (PMR); e o Prazo Médio de Pagamento (PMP). Neste artigo, você pode verificar como funciona esse cálculo.

Para o CFO, o mais importante é entender como a redução do CCC diminui a necessidade de capital de giro da empresa e, consequentemente, cria oportunidades de crescimento, uma vez que a expansão de qualquer negócio demanda caixa.

 

2. Alinhamento entre finanças e operações

O evento deixou muito claro o quanto é importante alinhar finanças a operações. Todos os cases debatidos mostraram o quanto pequenas ações dentro de um processo podem aumentar a eficiência operacional que otimizem o tempo e diminuam a necessidade de capital de giro.

“Eficiência operacional na crise é um grande diferencial para qualquer empresa; e ciclo financeiro curto é um grande indicador de eficiência operacional”, ensinou-nos Albuquerque.

Para ele, o segredo dessa eficiência está no engajamento. “É necessário aplicar esses indicadores (CCC, PME, PMR e PMP), que são siglas de finanças e transformar isso na realidade do time da operação para que todos entendam o pedacinho que cada um tem de fazer para entregar o todo lá na frente, que é a geração de caixa e a redução do ciclo financeiro”, concluiu.

O CCC demonstra que as causas raízes da necessidade de capital de giro de uma empresa residem em decisões de cunho operacional, e não nas áreas financeiras. “O CCC, que também é chamado de cash-to-cash (C2C), pode ser definido como o “tempo despendido entre a entrada do investimento para o estoque até a reintegração do valor referente às vendas seja reintegrado ao caixa da empresa” (Zeidan e Vanzin, 2019). Saiba mais neste artigo.

 

3. Uma nova visão sobre a gestão de caixa e o estoque

A geração de caixa no Brasil não costuma ser relevante para a gestão por vários motivos, especialmente pela falta de estabilidade econômica enfrentada historicamente. “Sofremos com uma geração traumatizada pela superinflação na qual estoque era investimento”, reforça Zeidan.

Zeidan explica que, no Brasil, os gestores entendem o conceito de fluxo de caixa como um conceito de curto prazo, porém estudos liderados por ele e o saudoso Prof. Michel Fleuriet mostram que o investimento em capital de giro é um investimento de longo prazo, tanto quanto em qualquer máquina ou equipamento. Porém, “é um investimento que não deprecia e que só gera retorno à medida em que a empresa vai vendendo. Na vida real, as empresas acabam tendo investimentos em capital de giro muito acima do necessário para apoiar as suas operações”, conclui.

Em uma fala concisa e assertiva, Zeidan nos ensina a olhar para os conceitos de geração de caixa, estoque e capital de giro sob uma ótica diferente das mais habituais.

 

4. A importância do benchmarking, teoria científica e prática

Os cases apresentados revelaram a importância do benchmarking para entender como outras empresas estão agindo, não somente em relação ao CCC, que foi o foco da discussão, mas também em relação a outros indicadores que podem estar sendo ignorados pelo financeiro. Um FP&A estratégico é um ótimo aliado desse processo.

Outro aliado fundamental é a teoria científica. Os cases da MRV e da Tramontina culminaram em trabalhos de conclusão de MBA e mestrado por seus executivos dentro da FDC , revelando o quanto o estudo acadêmico está totalmente alinhado à aplicação prática. Muitos artigos científicos e livros teóricos de finanças apoiaram o processo.

A visão de que trabalho acadêmico é desalinhado da prática precisa ser desmistificada no Brasil. “Não existe trabalho acadêmico só para gerar teoria em business school. Trabalho aplicado é o normal”, diz Zeidan.

 

5. A visão financeira para além do balanço: o FP&A estratégico e eficiente

“Você não pode gerenciar o que você não mede. No mínimo, você tem de criar uma série histórica de PME, PMR e PMP que faça sentido dentro do negócio, com indicadores que não sejam extraídos apenas do balanço”, recomenda Zeidan.

Demonstrações financeiras transparentes são apenas o começo para um trabalho de FP&A estratégico e eficiente.

O trabalho em cima de informações gerenciais alinhado às informações contábeis é incansável e inesgotável. Há sempre novas formas de enxergar um número e entender o seu reflexo no todo. E essa habilidade vai depender de uma série de cálculos, indicadores e cruzamento de dados, que vão além do balanço. Dessa conjunção podem nascer tomadas de decisão até então impensadas para resolução de problemas complexos.

Conheça o Witan, o FP&A estratégico e eficiente da Moore e entenda porque estamos criando a maior comunidade de pessoas que militam em nome de práticas evolutivas em finanças do país.

Moore Brasil

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